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Ações

O que são?

As ações representam a menor porção do capital social de uma empresa. Ao adquirir uma ação você está se tornando sócio da empresa que possui capital aberto e portanto também recebe participação do negócio que ela desenvolve.

Como realizar?

A participação em ações pode ocorrer via contratação de um fundo de investimento, mas também pode ocorrer a partir da aquisição de participação via Home Broker. Também é possível adquirir uma ação quando a empresa realiza a captação de recursos via oferta pública, ou seja, quando passa a ser negociada no mercado.

Quais os riscos envolvidos?

Adquirir uma ação envolve conhecer a empresa que se quer obter participação. Por tanto é necessário conhecer seu modelo de negócio e sua capacidade de gerar valor e entregar resultados ao acionista para compreender que seus resultados podem ou não ser vantajosos para o investimento. Além disso, o preço das negociações destes ativos é bastante variável a cada dia, podendo gerar insegurança ao investidor que observa essa oscilação de preços.

Quais as vantagens?

Participação societária em grandes empresas com reduzido capital inicial necessário, bem como participação nos lucros obtidos. Além disso, há também a possibilidade de valorização das ações adquiridas.

Como Funciona?

Sua negociação padrão se dá em lotes de 100 em 100 ativos, sendo possível também a negociação de quantidades menores, no chamado mercado fracionário, o qual não possui nenhuma diferença do mercado tradicional.

Existem, a priori, dois tipos de ações: as ordinárias (ON), que terminam com o número 3 e dão ao investidor as mesmas condições e direitos dos controladores e sócios majoritários da empresa, como direito à votação e maior segurança no caso de compra da empresa por terceiros, sendo essas vistas como mais seguras; e as ações preferenciais (PN), que em sua maioria possuem final 4, com alguns casos de ações terminando em 5 ou 6, e dão ao investidor uma preferência na distribuição dos dividendos, porém, o investidor acaba perdendo alguns direitos e mecanismos de segurança. Existem também as Units, as quais possuem final 11, e que não são realmente ações, mas sim um conjunto de ações ON e PN.

 

O Sonho Grande

Essa análise de risco entre os tipos de ações é fundamental para o investidor de longo prazo, uma vez que a diferença entre as seguranças já ocasionou problemas para os investidores. Um dos casos mais famosos foi quando a Ambev se fundiu com a Interbrew, e essa adquiriu apenas as ações ordinárias, o que causou uma forte desvalorização das ações preferenciais, como é apresentado no livro “Sonho Grande”, o qual narra histórias sobre Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira:

“Nenhuma crítica ao negócio foi mais sentida por Jorge Paulo Lemann do que a reportagem publicada pela revista britânica The Economist poucas semanas depois.

Para a revista, o mercado de capitais brasileiro, que permitia a existência de duas classes de ações – ordinárias (as chamadas ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto) -, prejudicava os minoritários. O caso da Ambev, segundo a publicação, era emblemático dessa anomalia. Como manda a Lei das S/A, que regulamenta as empresas listadas na Bovespa, a Interbrew fez uma oferta pública para comprar as ações ordinárias (com direito a voto) que não estavam nas mãos do trio de empresários. Ofereceu por elas 80% do que pagou aos controladores da cervejaria. O problema é que, também pela Lei das S/A, a cervejaria não era obrigada a estender esse direito, conhecido como tag along, aos donos de ações preferenciais (sem direito a voto). Assim, quem tinha nas mãos papéis PN se sentiu prejudicado – nas palavras da revista, esses acionistas sentiam que acabaram com “lixo” nas mãos. Nos dias que se seguiram, a percepção só piorou: as ações ordinárias tinham disparado e as preferenciais estavam em queda livre. “Poucas vezes vi o Jorge tão bravo com uma reportagem”, revela uma pessoa próxima ao empresário. Para ele, a queixa dos minoritários não fazia qualquer sentido – ao escolher as preferenciais, os acionistas sabiam das limitações desses papéis. “É como comprar um Fiat e achar que tem direito a uma Ferrari na garagem”, costuma dizer Jorge Paulo sobre o assunto.

 

Curto ou Longo Prazo?

A aquisição de ações é um investimento tradicionalmente de longo prazo, pois com o aumento contínuo do lucro da empresa, seu valor de mercado irá aumentar, e, consequentemente, o valor da ação adquirida também irá aumentar. Também é possível realizar movimentações de compra e venda dos ativos em um curto prazo, com a análise de gráficos de cotações, sendo essa operação chamada de trade, não sendo recomendada para iniciantes no mercado, por requerer um extenso conhecimento de técnicas de mercado e de gestão de risco.

Por fim, o investidor de longo prazo não deve seguir dicas e recomendações de influenciadores ou “gurus” da internet, principalmente caso esses não possuam a certificação de CNPI (analista de investimentos), já que é necessário que entenda o porquê de a ação estar na sua carteira de investimentos, para também saber quando aumentar ou reduzir a participação desse ativo na sua carteira. Caso sinta que não possui conhecimento necessário para tomar essas decisões ou tempo para controlar seus investimentos, pode contratar um serviço de consultoria com um profissional registrado na CVM ou investir em Fundos de Investimento, o qual irá possuir um gestor profissional para cuidar dos investimentos.

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